De forma recorrente saem notícias na mídia sobre o “recorde de registro de agrotóxicos”. Algumas matérias se aprofundam no tema e discutem o assunto com responsabilidade. Entretanto, outras tratam o assunto de forma superficial e quase irresponsável, sem levar todas as informações ao público.
Para começar, muitas vezes as críticas e discussão partem do princípio, equivocado, que os produtores gostam de usar agrotóxico. Se fosse possível, nenhum produtor utilizaria agrotóxico, já que são produtos caros e diminuem sua margem de lucro.
Mas, como as pragas existem e o produtor precisa aplicar o produto, o melhor para todos é que ele tenha a sua disposição a maior quantidade de produtos possíveis, desde que devidamente aprovado por todos os órgãos e aplicado na dose e da forma correta.
Por isso, é importante ter em mente que todos os produtos registrados pelo MAPA, foram avaliados e aprovados previamente pela ANVISA, quanto à segurança/toxicidade do produtos para os seres humanos, e pelo IBAMA, quanto aos riscos ambientais.
Outra informação que precisamos ter ciência é que a imensa maioria dos novos produtos registrados são apenas genéricos (equivalentes) de outros produtos já comercializados e apenas servem para a quebra de monopólios e aumento da concorrência, diminuindo os custos de produção os produtor e consequentemente ajudando a controlar o custo final para os consumidores. Existem diversos casos onde a liberação de um produto concorrente reduziu o custo do pesticida, para o produtor, em mais de 50%.
Para se ter uma ideia, em 2020 foram 493 novos registros e apenas 9 eram de ingredientes ativos ainda não registrados.
A indústria de produtos e moléculas para o combate de pragas avança muito rapidamente, sempre buscando tecnologias e fórmulas mais eficientes, específicas, menos tóxicas, que não impactem em outras espécies e/ou que podem ser utilizadas em doses menores.
Desta forma ao registrar novos produtos, o MAPA está disponibilizando aos produtores novas opções de tecnologias mais baratas, modernas e/ou seguras tanto para o produtor quanto para consumidores.
Sabemos que existem ainda outros questionamentos quando falamos de agrotóxicos, como, por exemplo, os produtos muito tóxicos (as vezes proibidos em outros países) e o efeito deles sobre as abelhas.
Estes são temas importantes, que precisam ser tratados e acreditamos sim que devemos incentivar a substituição de produtos antigos por novas tecnologias, mas para isso a quantidade de novos registros deferidos é indiferente e, pela legislação atual, o registro de novas moléculas depende exclusivamente, do interesse dos fabricantes em trazer estes produtos para o Brasil.
Isso traz a tona outra discussão importante e polêmica: A alteração da legislação que regulamenta o assunto no Brasil. Mas que, pela complexidade, também deixaremos para outro momento.
Por fim, a alegação que o uso de agrotóxico no Brasil é exagerado e representa riscos ao consumidor não se sustenta. A forma mais fácil de comprovar a segurança dos nossos produtos é ver que exportamos para os mercados mais exigentes no mundo, o que significa que os produtos são utilizados de forma correta, respeitando a dosagem e o período de carência, caso contrário estes países não comprariam nossos produtos.
Confie nas instituições e no Agro Brasileiro!